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CRÍTICA DE HOMEM-FORMIGA E A VESPA

Após o enorme sucesso de Pantera Negra e o evento de proporções épicas que foi Vingadores: Guerra Infinita, a Marvel apresenta o seu terceiro filme em 2018, que comparado com os outros dois pode ser considerado…. “menor” (com o perdão do trocadilho). Homem-Formiga e a Vespa chega até mesmo com uma certa responsabilidade, não apenas porque o nível acabou de ser elevado há alguns meses, mas também porque os fãs que saíram da sessão de Guerra Infinita chocados esperam encontrar algumas respostas ou acenos.
No entanto, para o bem ou para o mal, o filme de Peyton Reed está mais preocupado em contar a sua história – ainda que aos poucos o roteiro comece a nos situar a respeito do exato período em que o filme transcorre – e consegue fazer isso muito bem. Durante 125 minutos nos vemos envolvidos em uma divertida aventura, com altas doses de humor e que nos faz esquecer completamente o estalar de dedos de Thanos.
A direção de Peyton Reed é competente nisso. Confesso que ainda não sabia exatamente o que esperar do trabalho do diretor, visto que no primeiro filme Reed chegou aos 45 do segundo tempo quando Edgar Wright, que trabalhava no filme há OITO ANOS, acabou abandonando o projeto por divergências criativas com a Marvel. Dessa forma, ainda era perceptível muito do DNA de Wright no longa, o que me deixou curioso quanto ao que Peyton Reed poderia fazer agora, pegando algo do zero. E o diretor trabalhou com segurança, ousando pouco e expandindo o que deu certo no primeiro filme, entregando um trabalho que, narrativamente falando, é bem semelhante ao anterior.
Essa ideia de sequência, aliás, lembra muito o que foi feito por James Gunn em Guardiões da Galáxia Vol. 2, que é pegar uma ponta solta do primeiro filme e transformá-la em mote narrativo para o segundo. Não fosse pela participação do Homem-Formiga em Capitão América: Guerra Civil, o filme funcionaria quase como uma extensão do primeiro – mesmo sentimento que tive com o filme de Gunn.
E por falar em Guerra Civil, os efeitos dos atos de Scott Lang (Paul Rudd) no filme são sentidos aqui, e a famosa batalha do aeroporto é referenciada em diversos momentos. Entendemos melhor o que aconteceu com os personagens que ficaram ao lado do Capitão América e o acordo judicial que foi realizado com eles, citado brevemente em Vingadores: Guerra Infinita.
Na trama, como os trailers já evidenciavam, temos Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope (Evangeline Lilly) precisando novamente da ajuda de Scott para entrarem no Reino Quântico e resgatarem a esposa de Hank, Janet, presa ali há mais de 30 anos. 
O roteiro é simples e conta com soluções extremamente fáceis, mas é esperto e criativo o suficiente para usar até mesmo isso como uma de suas forças, constantemente fazendo piada da situação, o que força uma ideia de que suas limitações são propositais. Uma interessante jogada que foi utilizada também em filmes como Jumanji: Bem Vindo à Selva, e um inteligente trunfo que o humor proporciona.
Os vilões da Marvel, salvo algumas exceções, costumam ser alvo de reclamações dos fãs, e não sei se aqui será diferente. A Fantasma de Hannah John-Kamen até possui um background interessante, uma motivação plausível e consegue se manter como uma ameaça real na trama, mas não tem tanto tempo de tela ou um feito importante para torná-la memorável. Fantasma divide o antagonismo do filme com Sonny Burch, personagem de Walton Goggins, que além de parecer meio deslocado na trama, impede que a vilã brilhe. Mas ainda assim, ela tem alguns bons momentos e consegue criar uma conexão interessante com o público.
Homem-Formiga e a Vespa lembra muito o primeiro filme, não apenas na construção de seus atos, mas também na forma de se contar uma história. Ele é simples, divertido e muito mais leve do que os últimos dois filmes da Marvel – o que na verdade é muito bom para dar uma aliviada no clima. Ainda assim, ele nos lembra que estamos em um mesmo mundo e conta com uma das cenas pós-créditos mais legais doUniverso Cinematográfico Marvel até hoje. O Reino Quântico abre inúmeras possibilidades, e com certeza as teorias sobre Vingadores 4 devem dobrar a partir de agora.

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